RESENHA - QUADRINHOS: APENAS UM PEREGRINO

Apenas Um Peregrino (título original: Just A Pilgrim) é uma mini-série em 5 edições (estando todas aqui disponíveis em volume único) escrita por Garth Ennis e desenhada por Carlos Ezquerra, que conta a história de um mundo devastado pela radiação solar, no qual os poucos sobreviventes que restaram, ou juntaram-se em pequenos grupos em busca de um lugar para um recomeço, ou tornaram-se sedentos canibais em busca de novas presas para o jantar. E no meio desse cenário/futuro pós-apocalíptico, encontramos o Peregrino, uma espécie de andarilho, que possui uma cicatriz em formato de cruz em sua face esquerda, que faz citações de versículos da Bíblia Sagrada, quando o momento mostrasse oportuno.

Assim que a narrativa têm início, nos deparamos com um grupo de pessoas sendo caçadas por um grupo denominado “Saltadores”, que trabalham para um homem chamado Castenado, uma espécie de capitão pirata extremamente frio e calculista, além de fisicamente bizarro. O Peregrino então, entra em ação e liquida uma dúzia de Saltadores, fazendo com que os restantes debandem de volta ao seu quartel-general, um velho navio de guerra encalhado no meio do deserto, infestado de criaturas mutantes subterrâneas, resultado da radiação solar.
O Peregrino, então, acaba por se tornar o guia desses sobreviventes, a fim de ajudá-los a trazer um pouco de humanidade à suas desesperadas vidas em meio a uma deturpada existência.

Apesar de Apenas Um Peregrino não trazer nenhum elemento novo ao gênero/estilo de narrativa de “mundo pós-apocalíptico”, sendo inclusive o personagem principal, uma mescla dos personagens principais dos filmes Mad Max (interpretado por Mel Gibson) e O Livro de Eli (interpretado por Denzel Washington), sendo também os cenários e as circunstâncias bastante similares (deserto, seca, falta de comida, luta pela sobrevivência, etc.), e também suas roupas nos remetendo a Van Helsing (interpretado por Hugh Jackman), a HQ corresponde bem às expectativas, sendo seu ponto alto a “origem” do Peregrino, pois até a metade da história nada sabemos a respeito do personagem e, quando a descobrimos, sentimos simpatia e pena do mesmo, ao mesmo tempo em que não podemos deixar fora de questão a idéia de que os fins justificam os meios.

Apenas Um Peregrino é uma HQ agressiva, violenta, questionadora, “suja”, muito bem escrita, desenhada, narrada e desenvolvida de uma forma muito bem estruturada; embora mais uma vez, use de alguns artifícios um tanto quanto batidos, funciona perfeitamente, e o clímax da história foge do lugar comum e, portanto, é leitura obrigatória.
Nota: 9,0


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