ALIENAÇÃO

Talvez estejamos presenciando o nível máximo, o ápice da alienação. Eu, pelo menos, tenho percebido isso. Sempre fui muito observador e, portanto, tenho percebido tudo ao meu redor. Parece ser um Marxismo exacerbado ao extremo. As pessoas parecem não ponderar à respeito do que lhes é apresentado, seja isso o que for: músicas, filmes, comerciais na TV e até mesmo a moral e a ética estão sendo distorcidas e remodeladas para caberem dentro desse nosso “rótulo social”. Tudo, eu disse, TUDO é aceito de bom-grado, e o raciocínio humano parece estar se perdendo cada vez mais, por não haver reflexão. Recuso-me a tal ato! Dá pra escrever uma tese de mestrado sobre isso, facilmente.
Até as atividades sociais estão ditando as regras do jogo, onde as pessoas escolhem sempre os mesmos “programas de índio” de sempre. Fora com o padrão, cacete!
Frios e burros. É o que estamos nos tornando. FRIOS E BURROS! E tudo o que eu mencionei acima (TV, filmes e etc.), são elementos essenciais para tal ato tenebroso. Mas eles não são os culpados. NÓS é que somos. Se você compra uma pasta de dentes só por ter visto um ator no comercial, e essa pasta acaba por prejudicar seus dentes, a culpa será sua, pois você a comprou e ninguém te obrigou a isso. OK, novo exemplo: Se uma pessoa te apresenta uma música ruim e ele te diz que a música é bom e você concorda com ele só por ele ter dito que é boa, o que é você? Além de burro, não tem vontade própria, o que é horrível, pois você acaba por perder o senso das coisas, e uma das coisas essenciais do ser humano é a individualidade. Creio que era à isso que a banda DEVO se referia: a “desevolução” do ser humano (DEVOlution), quando um ser evolui até um certo ponto que, a partir desse ponto, ele começa a “desevoluir”.
Outro dia, voltando para casa depois de um dia cansativo no trabalho, deparo-me com uma figura soltando pipa. Estaria tudo “OK” se fosse um pirralho de uns 8, 10 anos de idade, mas não. Era um cara barbudo, aparentando ter uns 30 e tantos anos, até mesmo 40.
Honestamente, senti raiva desse cara. “Por que esse filho da puta está soltando pipa? Ele deveria estar trabalhando, produzindo para a sociedade. E por que diabos ele está tão feliz? Será que ele tem noção do que se passa no mundo?” Senti vontade de ir até lá e dar uma porrada na cara dele e mandar ele à merda. Mas, ao mesmo tempo, pensei sobre o que é alienação. E a alienação nada mais é do que a felicidade dos ignorantes. Talvez se eu também fosse alienado, eu seria mais feliz. Talvez.
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PORQUE EU ODEIO FUTEBOL

Sim, meus prezados colegas, é exatamente isso que vocês leram acima. E sim, eu sou brasileiro (infelizmente). Eu ODEIO futebol. ODEIO!
“Mas por que esse rancor todo, jovem?”, vocês devem estar se perguntando. Bem, continuem lendo que vocês entenderão.
Em primeiro lugar: os jogadores. Não os jogadores em si (tá certo, voltarei neles mais tarde), mas os uniformes deles. Me desculpem, mas ficar durante quase duas horas assistindo um bando de marmanjos ficarem correndo atrás de uma bola, e ainda por cima, de shortinhos, realmente é algo intragável. Não dá. NÃO DÁ!
E mesmo no futebol feminino essa visão melhora, até porque a mulherada que entra em campo é bem masculinizada. Ouso dizer que muitas me deixam em dúvida quanto ao gênero (algumas parecem travestis sim, nem venha querer me convencer do contrário!). Nota: Se tiver estômago fraco, pare de ler aqui, pois desse ponto em diante, vai ser só pedrada!
Outra coisa que me deixa “enojado” são as tão conhecidas “marcações”, onde um jogador fica “patolando” o outro: aperta a bunda, meta a mão no peito, pega na coxa do outro e até coisa pior! (localidades essas que pretendo deixar de lado [chutar para escanteio?], para não perder a compostura). Ou seja, é praticamente uma orgia pornográfica gay, mas que passa às 16hs de todo domingo. É dia do Senhor, tenham um mínimo de decência, pelo amor de Deus! (Deus está morto, segundo o filósofo existencialista, Kant) E novamente o futebol feminino não foge à regra, visto que fica uma estranha sensação no ar, de excitação, entre o nojo e o tesão.
Segundo motivo (terceiro, se contar com as “patoladas”? Ah, que se dane!): os torcedores. Convenhamos que o torcedor, por ser torcedor, já ta errado antes mesmo de abrir a boca, seja sobre o que for. TÁ ERRADO, E PONTO FINAL!
O torcedor, em 95% dos casos, é uma pessoa doente por si só, e sua relação para com quem ele torce é uma relação de amor e ódio. Se o time ganha, comemora com fogos de artifício. Se perde, quer logo soltar uns tiros pra cima do “time do coração”, quando não quer partir para a agressão física, pois para o torcedor não basta xingar a mãe do jogador, que não tem culpa do filho ser um filho da puta (ou será que tem? Hum... algo a se pensar...); ou seja, é praticamente um casamento não correspondido, onde um espera que o outro faça na mesma medida, senão mais. Quer coisa pior do que isso? Ah, mas tem mais, MUITO MAIS!
Novo motivo: o por trás dos bastidores. O que acontece fora do campo e a gente não vê, ou vê mas não acredita, não lembra ou ignora. Mas o que diabos é isso, afinal? Estou falando do contra-cheque. Não o contra-cheque em si, mas o que ele proporciona ao jogador. Pense bem e pare para analisar. O cara faz em um único dia (menos até, na verdade, horas ou minutos de trabalho!), coisa que muita gente faz durante a semana, e de graça! Só que os jogadores “profissionais” o fazem pior do que o “jogador de fim de semana”, sem um mínimo de tesão e sem o “amor à camisa” que já há tempos está esquecido, morto e enterrado num terreno baldio qualquer, e o que acontece? O filho da puta ganha milhões para isso. MILHÕES! Quantias que são quase impossíveis de conseguir gastar em uma vida! E o que eles fazem com esses milhões, pouquíssimo suados e merecidos? Compram carros importados caríssimos que nem se pode usufruir aqui no Brasil, visto a quantidade de vagabundos invejosos que podem danificar o carro alheio só olhando para ele, mansões gigantescas e barcos que mais parecem porta-aviões. E não esqueçamos de outro fator mais do que crucial: eles eram pobres. Sim pobres, sem ter o que calçar ou o que comer. Onde diabos foi parar a humildade desses jogadores? ONDE?!
Paremos um segundo para levarmos em consideração e fazermos um paralelo: Muitos dos músicos mais famosos são, por conseqüência, ricos, milionários. Sim, ele também tem seus “luxos”, mas ele também ajudam uma porrada de gente. Exemplos: Elton John com sua Elton John Aids Foundation, que auxilia em pesquisas para a cura da Aids, e Jimmy Page, que tem uma ONG aqui no RJ, somente para citar alguns.
“Ah porra, o dinheiro é do cara, ele faz o que quiser com ele!”
Tudo bem, concordo que ele pode fazer o que quiser com o dinheiro. Só não venha esfrega-lo na porra da minha cara, ostentando um dinheiro que, como eu já disse anteriormente, não foi suado, e que eu e você ajudamos a botar no bolso dele, indo aos jogos e comprando camisetas, bandeiras, bonés, fraldas e o escambau. Eu nem tanto, porque não compro nada, mas porra, deu pra entender.
Outro ponto: a imagem que o jogador passa. A meu ver, é a mais pura personificação da ignorância e da alienação que já calçou um par de chuteiras. A imagem que passam é:
“Olhe! Eu era pobre e agora sou rico! Você também pode ser rico e sem precisar exercitar o cérebro! Eu nunca li um livro na vida e muito menos sei tabuada, mas olhe quanto dinheiro eu tenho, e olhe quantas vadias eu já comi! Tudo isso porque eu sou um jogador de futebol! Se eu consigo, você também consegue!”
Vou lhes dizer uma coisa: caráter não se compra; se constrói. Se você pensa que vai conseguir subir na vida sem estudos, você está muito enganado. A imagem de um jogador de futebol, dentro da nossa sociedade, é a de um herói, um semi-deus, principalmente para a população pobre. “Como eu sou burro, podre e fudido, ou eu viro jogador de futebol, ou eu viro traficante!”
Já ouvi essa frase em salas de aula. Acreditam nisso? Pois sim, é possível ouvir esse tipo de asneiras, e chega a doer, quando me lembro disso.
Os jogadores não só insultam a minha inteligência como pessoa, como também distorcem a realidade dos jovens pobres de nosso país. Como pode uma coisa dessas? Jogadores de futebol são tudo e mais um pouco do que há de pior no mundo: criaturas que tem a chance de contribuírem para a sociedade, mas que não o fazem, seja por egoísmo, burrice, ou o que for.
Eu sinto vergonha de fazer parte de uma sociedade tão obcecada por futebol. VERGONHA!
Futebol, Carnaval e cerveja são os maiores males de nosso país.
A ignorância é, de fato, uma benção, principalmente aqui, no Brasil.
Ouso mudar um jargão popular para finalizar esse texto:
O pior cego não é aquele que não quer ver; o pior cego é aquele que vê, mas prefere ignorar.
Vergonha. VERGONHA!
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FRUSTRAÇÃO

Sinto-me frustrado. Tão somente isso. Não sei por que, não consigo explicar. Sinto-me cansado, desmotivado, tenho vários pensamentos por segundo, mas todos desordenados e não consigo escrever tudo o que penso. Talvez esse seja o motivo. Cada ação é um fardo e mesmo uma vitória eu conseguiria desfrutar. Não hoje. Nem amanhã. Tudo é chato e desinteressante. As pessoas, suas existências, se tornaram medíocres aos meus olhos. Começo a sentir aversão ao tentar me entrosar, “fazer parte do time”. Todo dia parece ser o mesmo. Toda pessoas que encontro não difere da anterior, tanto fisicamente, quanto em seu conteúdo. Sinto medo. E raiva também. Às vezes tenho vontade de dar um soco na cara de alguém. E isso inclui mulheres. Principalmente mulheres. Parecem só ter três coisas na cabeça: novelas, fofocas e homens. E isso quando não resmungam das coisas mais medíocres possíveis. E isso me irrita muito. Pessoas superficiais se tornaram as mulheres. Não suporto a superficialidade. Isso me cansa. E me frustra. Gosto de conversar. Gosto mesmo. Mas isso também tornou-se um fardo. Conversar. Abrir a boca. Interagir. SACO!
Sinto sono. Sinto-me pra baixo. De fato, eu mal me sinto. Há uns 12 anos, talvez mais, criei esse mecanismo de defesa. Eu não me exponho mais. Não digo o que eu penso ou o que eu sinto. Não mais. Só pela Internet, talvez. Quando as pessoas descobrem o verdadeiro “eu” do outro, o exploram e o castigam, o punem por ser o que é, e o condenam por este não ser o que deveria ser. E isso é terrível. É “animalístico” em muitos níveis. Gostaria de ver a reação das pessoas quando lêem o que eu escrevo. Deve ser interessante. Mas não muito. Pelo menos, não o suficiente para acabarem com a frustração. E o tédio. Ultimamente me entedio com facilidade. Rotina. Odeio. Mas não consigo me livrar dela. Tudo é um saco. Tudo é uma chateação. Sinto a vontade de desaparecer para onde ninguém me conheça. Ou talvez para onde ninguém exista.
E isso me frustra. Porque eu não consigo fugir de mim mesmo. Não ainda.
Já pararam para pensar quanto tempo conseguiriam passar sem tocarem outro ser humano? Já pararam para pensar o que isso acarretaria: a ausência do tato?
Estou prestes a descobrir.
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VEJO UM HOMEM SENTADO NUM BANCO DE PRAÇA.

Ele parece sozinho. Um certo ar de melancolia e reflexão em seu olhar é facilmente identificável. Ele é velho. Suas roupas também. Usa um chapéu cinza. Suas roupas também são cinzas. Barba branca há muito tempo não feita. Mãos calejadas. Seus olhos são claros. Suas mãos, escuras. Ele olha para baixo. Levemente inclinado para frente. Parece buscar o conforto do assento do banco, mas também parece evita-lo. Seus sapatos são esburacados e suas meias, remendadas. Muitas pessoas não vêem as coisas que eu vejo, e dessa vez eu tive de parar. Tive de sair do conforto de meu mundinho insignificante, simplesmente como curiosidade. Curiosidade para observar uma cena. Cena essa, do mundo real. O velho permaneceu na mesma posição durante um bom tempo. O único movimento perceptível é o de sua respiração. Ocasionalmente, ele ergueu os olhos. Olhos esses que percebem a multidão. Aglomerados de rostos de transeuntes que parecem ter o mesmo rosto. Afinal, estão todos vestidos da mesma maneira. Todos são iguais. Não há diferença visível. Ele respira fundo e abaixa seus olhos novamente. Sua camisa, com listras horizontais vermelhas e verdes se movem por baixo do longo farrapo cinza que outrora fora chamado de casaco. A cena permanece imutável, como uma foto antiga, em preto e branco. Será que apenas eu vejo isso? O que há de tão extraordinário nesse homem, afinal? Durante algum tempo, eu também fiquei parado. Não conseguia sair dali. Eu precisava descobrir, eu precisava saber quem era ele. E minha curiosidade logo seria saciada. Mas não por minha ação, de ir de encontro ao velho. E muito menos o velho veio em minha direção. De fato, ele nem me percebeu. Um outro homem, aparentando estar entre seus 28 e 35 anos, simplesmente parou, poucos segundos após ter passado pelo banco. Ele olhou para trás por alguns segundos e sentou-se ao lado do velho.
- Dia quente, não?, disse ele ao velho, enquanto tentava abrir sua valise, que parecia bem cara, assim como seu terno e toda sua indumentária.
Vamos nos aproximar para ouvir a história, eu disse para mim mesmo.
- Você falou comigo?, disse o velho. Sua voz era rouca, porém serena. O homem parou por um momento e disse:
- Sim. Há mais alguém aqui, além do senhor?
O velho voltou ao seu costumeiro silêncio, enquanto o homem vasculhava seus papéis na valise. Parou por um momento e, fechando sua valise, ergueu-se apressadamente, porém, ainda olhando para o velho, colocou sua mão direita no fundo dos bolsos, vasculhando, com sua valise entre o braço esquerdo e o tronco, depois trocando a posição da valise. De ambos os lados, ele tirou alguma coisa.
- Aqui, disse ele para o velho. O velho olhou para ele novamente, e depois para sua mão. Tome. É dinheiro. Pegue!, continuou o homem, com um “meio-sorriso”.
- Por quê?, disse o velho.
- Ué, continuou o homem, para comprar comida, bebida... sei lá, ... comprar alguma coisa. Afinal de contas, pra que mais serve o dinheiro? Vamos, pegue!
O velho estendeu suas mãos e o homem despejou moedas e notas de baixo valor nelas. Por um momento me pareceu que os dedos deles se tocaram.
- Obrigado, disse o velho.
- De nada, disse o homem. Agora, se me dá licença...
- O que você está fazendo, é errado, disse o velho, ao mesmo tempo em que o homem erguia sua valise do chão, no momento da doação.
- O que disse?, perguntou o homem.
- O que você está fazendo..., continuou o velho, ... é errado.
- O que eu estou fazendo? Eu não entendi... o que eu estou fazendo de errado?, disse o homem, de maneira enérgica, e até mesmo curiosa.
- Sua esposa, continuou o velho, ela não merece isso.
- Minha esposa? Você a conhece?
- Não, disse o velho, eu a vi em seus olhos.
- Você está me espionando, velho? O que é que você sabe sobre a mim? O que você sabe sobre a minha esposa? O que você sabe sobre a minha vida?
- Você a está traindo. Isso é errado. E ela sabe sobre isso. Ela está muito triste. Está sozinha. E sua filha...
- O que tem minha filha, velho? O que vai acontecer com ela?, disse o homem, furiosamente, e levantando o velho pelo braços. Vamos, fale!
- Sua filha..., continuou o velho, ...ela também sofrerá. E tudo por sua causa. Moedas não poderão lhe ajudar agora. Sinto muito.
O homem ficou atônito, sem ação alguma. Todos que passavam e perceberam a cena, olhavam com estranhismo para o homem e logo desviavam o olhar.
- Ainda há tempo. Você pode mudar isso. Vá para casa e diga à sua esposa que você a ama. Esqueça tudo e vá para casa. Vá. Agora.
O homem continuava olhando para o velho, que ainda mantinha seu olhar melancólico.
- Fale com sua secretária que você não pode continuar com essas mentiras, e que você ainda ama sua esposa. É tudo o que posso lhe dizer.
O homem foi soltando o velho aos poucos até ele voltar ao chão.
- Eu... eu não posso ir para casa. Eu tenho uma reunião. Eu preciso ir a essa reunião, senão vou jogar a minha carreira no lixo! Eu... eu não posso..., disse o homem, a ponto de quase chorar.
- Há coisas mais importantes. Você precisa ir.
O homem, depois de alguns segundos, se virou para o velho e perguntou:
- Quem é você, afinal? Algum tipo de vidente?
O velho olhou dentro dos olhos do homem e disse:
- Eu sou o Destino. Eu surjo quando é necessário, para alertar às pessoas sobre suas vidas... e sobre o fim delas.
O homem deu dois passos para trás e sua valise abriu-se, fazendo com que todas os papéis voassem.
- Sua valise, disse o velho, eu vim para lhe alertar sobre esse momento. É aqui e agora que você faz a sua escolha.
O homem, desorientado, olha para os lados, pega sua valise do chão e sai correndo atrás dos papéis pelo meio da rua, quase sendo atropelado por um ônibus.
Duas semanas se passaram desde o encontro entre o homem e o velho. Nos noticiários, uma notícia chocante sobre uma mulher que estava grávida de 4 meses. Ela eletrocutou sua filha de 7 anos na banheira e depois enforcando-se após o ato. O homem que falou com o velho, morreu esta noite. Cometeu suicídio. Jogou-se de uma ponte. Testemunhas disseram ter visto o suicida gritando sozinho no meio da rua e, posteriormente, se jogando na frente do transito, quase sendo morto no processo.
Alguns de vocês devem estar se perguntando, como eu descrevi tão bem o velho e mal falei sobre o homem.
Acontece que esse velho está diante de minha janela, nesse exato momento, sentado em um banco, esperando por mim. Eu estou olhando para ele agora, da janela de minha sala.
Deixo aqui este breve testemunho do que presenciei e, provavelmente estarei morto quando encontrarem esse recado.
Ninguém consegue mudar a própria história. Talvez seja por isso que ele seja tão triste.
Agora, se me dão licença, eu tenho um encontro com o Destino.
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O QUE É LIBERDADE?

Estive, recentemente, refletindo sobre o conceito de liberdade, ou sobre o que deveria ser liberdade, numa situação real. Mas o que é conceito? Do meu ponto de vista, conceito é tudo aquilo que define algo ou alguma coisa (adjetivo?), ou um agrupamento de coisas que são usadas para definir uma. Se estou certo ou não, descobrirei mais tarde. Que ideias, então, permeiam a liberdade (ou o seu conceito)? Me disseram outro dia (última quarta-feira) que eu sou livre para fazer o que eu quiser, e que eu sou aquilo que eu quiser ser. Na hora, não me pareceu apropriado “rebater” (há palavra melhor?) o argumento (momento oportuno, porém com a pessoa errada. Vá entender [...!]) e, portanto, acabei “arquivando na minha mente. Na falta do que pensar e do que escrever, pensei sobre isso.
NÃO EXISTE, na minha opinião, uma liberdade propriamente dita. Ponto.(...!)
Não somos libertos para ter liberdade. E não estou falando nem de classes sociais, até porque, hoje em dia, o “jogo” se inverteu: hoje, os pobres estão “livres” e os ricos se enfurnam em condomínios fechados (que são verdadeiras prisões, diga-se de passagem), isolando-se do resto e, pagando uma nota preta para isso (mais ‘pano pra manga’? Talvez num outro dia). A tal da liberdade, que várias pessoas e instituições “pregam” que existe, é uma grande mentira.
Talvez por existir a palavra “responsabilidade”, a liberdade tenha perdido sua força (AINDA ‘mais pano pra manga’? Aguardem!).
Uma outra coisa que me deixa puto é a tal da “liberdade de escolha” (êta expressãozinha mais clichê da porra...); ora, a liberdade deveria de fato, ser isenta de escolha! Pois mesmo as escolhas são limitadas e você tem que se contentar com aquelas que estão listadas. Agora, se me dão licença, terei de encerrar por aqui, pois já bateu o meu horário de almoço. Que bela liberdade!


(Logo após lavar a louça, voltei e escrevi isso)
P.S: Abro tantos parênteses que acabo fugindo do assunto.
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(POESIA) O POR QUÊ DE ESCREVER (PARTE 4)

Escrever... Escrever o que?
Escrever o que for,
só pela necessidade,
pelo prazer de escrever.
Não sei o que escrever,
Apenas o quero fazer.

Escrever para poder
Sentir o prazer de ler.
Vontade de escrever,
É irrelevante
Pensar também.
Pode se tornar maçante.

Mesmo que escrever
e pensar não rimem,
escreva antes que as idéias
o abandonem,
e te deixem só
ou outrem;

Te largam, te deixam de lado,
Voam de uma mente trabalhadora
Entram por um ouvido enevoado.

Quando os pensamentos fogem
Isso o deixa frustrado.
Frases prontas são esquecidas,
E você fica emburrado.

Quem mandou não gravar,
escrever, editar,
tudo o que pensa, seu tapado?

A minha mente vagueia,
Pensa em coisas que até
Me desnorteia;
Vai à lugares distantes,
Estranhos, esquisitos
E sem habitantes.

É assim que eu funciono.
Quando imagino que nada de bom surgirá,
Nada fantástico, diferente,
Autêntico, imprudente, ocorrerá

Meus olhos esbugalhados ficam
Porque meus pensamentos não cessam
Eles se intensificam,
Crescem, aumentam, enobrecem.

Oh, bem (mal)dita mente
incompreendida,
solitária,
incansável,
alfandegária, desprendida
do incomensurável arbitrário
que se solidifica
sem meu bem-querer,
nessa estranha necessidade,
necessidade essa de escrever.

(Escrita em 06/11/2009)
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DESORIENTADOS (Parte II)

Um homem acorda agitado. Quarto escuro. Tábuas pregadas na janela. Por dentro e por fora. Ele se dirige para a janela e olha pelas frestas. Ouve o som de motores, mas não vê nada. Sente um mal-estar. Gosto de sangue na boca. Levei uma porrada? Põe a mão nos bolsos e apalpa os de trás. Encontra um papel dobrado. Foto? Anotações? Fita o papel, mas não o desdobra. Mete fundo a mão no bolso direito da frente. Chaves. Dirige-se à porta. Abre e dá de cara com um corredor. Uma das portas à sua esquerda está aberta. Ele vai até ela. Uma camisola sobre a cama. Espelho, cama, criado-mudo com um relógio digital desligado e um abajur verde-oliva e armário. Cômoda com uma semiaberta. Olha para dentro do quarto, mas não entra. Desce as escadas. Vira à esquerda. Na cozinha, vai até a geladeira. Uma única garrafa de leite. Olha para ela e exita. Veneno, ele pensa. Fecha a porta, esfrega os olhos e se dirige à porta. Olha para a cidade. Deserta. Nenhum som e nenhuma alma viva. Vira à direita, mas para. Gira o corpo e vai para a esquerda. Vai até um galpão, indo em direção aos fundos. Ele procura uma moto verde. A encontra. Como ele sabia onde encontra-la? Olha em volta... não vê ninguém nem ouve nada. Sobe na moto e a liga. Segue pelo meio da floresta. Não sabe para onde vai, mas segue em linha reta, como se perseguisse ou fugisse de alguma coisa. Ele olha para o tanque de combustível. Vazio. A moto começa a falhar. Ele a encosta e segue a pé, sem rumo. Em algum lugar deve haver uma estrada. Depois de alguns minutos, a encontra. Olha para ambos os lados e segue para a esquerda. Algum tempo depois, ouve sons vindo atrás de si. Luzes fortes surgem. Ele pára e força a vista. Faz um sinal de carona. O carro passa direto, e logo depois, para poucos metros à frente. É uma mulher.
Olá, estou perdido. Pode me dar uma carona? Ela o olha e sem dizer uma palavra, abre a porta. No banco do carona, há vários mapas. Ela os pega e joga-os no banco de trás. Obrigado. Puxa, estou completamente perdido. Minha moto ficou sem gasolina. Vou dar uma passada na próxima cidade para ver se consigo combustível. Nossa, quantos mapas. Você... está viajando?
Depois de alguns segundos, ela abre a boca.
Tem alguma coisa estranha. Parece que estou andando em círculos. Nesses mapas... (ela estica-se para trás e pega um), é estranho. Estou olhando para eles e há um monte de cidades das quais nunca ouvi falar. Você é daqui?
Não, eu não (ele desdobra mais um pouco o mapa.). Na verdade, eu nunca estive aqui. Estou apenas de passagem. E você? Também está só de passagem, ou é daqui? (Ele pergunta, mesmo já sabendo a resposta).
Eu não sou daqui. (Espera alguns segundos). Vim visitar uma prima (ela mente). Estou tentando encontrar a cidade onde ela mora. Faz anos que não a vejo (ela estica a mentira). E você? O que faz por aqui?
Eu trabalho com vendas (ele mente). Sabe, imóveis, casas, terrenos... (ele estica a mentira). É... não estou reconhecendo nenhum nome de cidade. Nem uma rota sequer. Qual é o seu nome?
Lucy (ela inventa). E o seu?
Michael (ele inventa). Prazer.
(As pessoas preferem buscar o conforto na mentira. Quem iria acreditar se dissessem que acordaram em uma cidade onde parece não ter vida, sem saberem nada sobre si, os dois pentam).
Você tem horas?
(Ela olha rápido para baixo e os olhos se voltam para a estrada).
Não. Aquilo era uma placa?
Não sei, nem reparei.
Quanto falta para o amanhecer? (Ela pergunta. Ele, intrigado, responde.)
Não sei. Olha, uma cidade mais à frente.
Seguem para a cidade. Parece ser a mesma de onde eles saíram.
Os dois sentem um frio na barriga, e não dizem nada até o momento em que estacionam o carro.
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DESORIENTADOS (Parte I)

Uma mulher acorda desorientada. Quarto escuro. Apenas a Lua do lado de fora da janela. Uma igreja. Ela olha para o sino. Olha para o relógio. Parado? Quebrado? Ela não consegue identificar. Com medo, permanece perto da cama. Parece ser o lugar mais seguro, ou pelo menos, o mais familiar. Ofegante, aperta o pijama sobre a perna esquerda, na altura da coxa. Sangue? Estaria ela ferida? Ela levanta o pijama e percebe uma marca, parecida com um olho. Confusa, ela pressiona as mãos contra a cabeça, tentando se lembrar de algo ou de si mesma. Qual é o meu nome? O que está acontecendo? Ela olha para frente. Um espelho retangular levemente jogado para frente na parte superior. Abaixo do espelho há uma cômoda com gavetas. Ela vasculha cada uma delas. Uma gota de suor escorre por sua face. Ela encontra roupas, mas não as reconhece como suas. Pega um jeans e uma blusa branca. As veste. Segue para a porta. Trancada? Força, mas não se move. Olha para os pés. Descalça. Olha embaixo da cama. Um tênis velho. Fica descalça ou usa o único tênis? Armário? O abre. Encontra o outro pé. Desce pela janela ou força a porta. Olha pela janela. Está no 2o andar. Longa e dura queda. Dá mais uma olhada e senta no parapeito. Olha para cima. Volta para dentro. Decide tentar a porta de novo. Gira a maçaneta. Nada acontece. Fica de frente para o espelho de novamente. Para e olha. Vai na sua direção e olha atrás do espelho. Poeira. Olha para um quadro acima da cama. Girassóis num vaso de plantas. Algo parece errado. Ela olha atrás do quadro. Chaves? Como? Pega a chave e tenta mais uma vez a porta. Sucesso. A porta se abre. Há um corredor escuro com três portas à sua direita. uma à sua esquerda. Não decide investigá-las. Decide descer a escada. Toca o corrimão, mas desiste da idéia. Parece rejeitá-la. Desce cautelosamente. A porta do quarto fica aberta. A única luz que ilumina o lugar é a da Lua. Ela desce cautelosamente e chega na porta. A porta está destrancada. Olha para dentro da casa mais uma vez e dá as costas. Ruas vazias. Ela procura uma picape. Vermelha ou laranja? A encontra perto da garagem. Olha dentro. Mapas no banco do passageiro? Abre a porta, entra, dá a partida, dá a volta numa praça com um coreto e vai-se embora.
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Um excelente exercício para quem não tem nada para fazer.

(Por Alexandre Mattos e Fabiano Moraes - AM/FM)

Corno Arrombado Nasceu Janela Abaixo

Curumim Arremessou Nozes, Jujubas Ambulatório

Cupim Ainda Na Jamaica Amiga

Como Assim Nessa Jeba Aterrissei?

Cantei Até Nova Jersey Arrotar

Comi Acelga Naquele Jabuticabeiro Amarelo

Crianças Altistas Nunca Jogam Amarelinha

Crise Afeta Nucas Junto Agreste

Confusas Andam Nossas Juradas Arrombadas

Cozinhei Almôndegas No Jantar Anteontem

“Ceco” Anda No Jacaré Artista

Carinho “Antesque” Nilson Jogue Antas

Coala Abusa Nessa Jogatina Amanheceu

Com Asas Novas Jurei “Avoar”

Coelhinho Abre Nuvem Jambo Asiático

Cavaca Anormal Noroeste Jiló Amoleceu

Chocolate Amargo Nem Jaiminho Agüenta

Curiosidades Apocalípticas Novamente Julgaram Ateus

Chaminé Antecessor Novato Júpiter Afundou

Como Atlântida Negou Jóquei Aquático

Carrossel Atropelou Nosso Juca Agora

Chiados Aguçam Nossos Jacarés Abarrotados

Cangurus Atenienses Nobres Jornadas Aguardam

Chapolin Adormeceu Na Jangada Aborígene

Cavalos Alados Narram Jovens Aventuras

Corpo Agora Nocivo Já Aportou

Camarada Anda Negando Juramento Antecipado

Criminosos Alteram Nossas Jurisdições Assiduamente

Caipira Agourou Nosso Jantar Amistoso

Couro Apertado No João Aparício

Continua..........................?

Frase do dia: "A mente ociosa é a oficina do capeta!"
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O POR QUÊ DE ESCREVER (Parte 3)

Lembrei hoje pela manhã (sozinho, com meus pensamentos, como de costume) de uma apresentação de uma comediante chamada Ellen Degeneres, e nessa apresentação ela usou um termo que agora não me recordo, mas era relacionado ao ato de mudar de assunto rapidamente, ou atropelar um assunto, entrando em outro, e me identifiquei muito com isso, pois de vez em quando eu faço isso (preciso caçar o termo no dicionário [só lembro que começa com “p”]) e é bem legal, pois você acaba fazendo um “tour” pelos mais diversos assuntos e isso acaba tornando a conversa muito mais dinâmica, ou até mesmo sem pé nem cabeça. Isso também me lembra muito um termo usado nas empresas, o chamado “brainstorm”, ou, como prefiro chamar, a “chuva de idéias” (logicamente, uma tradução não feita ao pé da letra), pois nunca gostei de termos estrangeiros sendo usados em frases corriqueiras, como por exemplo, “ele não teve o ‘feeling’ para a coisa”. Porra, usem o termo em português, cacete! Parece fala de empresário metido a inteligente! Enfim, muitas vezes acabo fazendo o meu próprio momento de “chuva de idéias”, onde tento colocar elementos distintos num mesmo plano ou patamar, e o legal disso é que você acaba exercitando sua mente, e tornando-a mais criativa e até mesmo mais rápida. E isso é algo facilmente visível em programas de televisão ou apresentações humorísticas. Há, hoje em dia, apresentações humorísticas totalmente espontâneas, onde não há roteiro algum e os comediantes/ humoristas/ participantes, criam tudo na base do improviso, ali, na hora, sem ensaios (ou pelo menos é o que parece, afinal, nós, como platéia, não sabemos o que se passa nos bastidores, antes de a apresentar começar, o que também não considero TÃO interessante saber, até porque a “mágica” se perde – shows, principalmente onde rola música, sempre rola uma passagem de som; não é só chegar e tocar, como muitos pensam), e é justamente isso que é interessante de presenciar, principalmente se colocarem uma escada-rolante próxima aos banheiros.
Quando pensei neste texto, imaginei escrever outras coisas que acabaram se perdendo ao
longo do dia. Mas é o que eu sempre digo: “é o que é”.

P.S: Acabei de caçar o termo que mencionei acima, e é “procrastinar”.

Procrastinar: deixar para fazer algo mais tarde.
É o famoso empurrar com a barriga, ou seja, deixar pra amanhã o que você não está afim de
fazer hoje.

Portanto, ignorem tudo o que eu escrevi acima.
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O POR QUÊ DE ESCREVER (Parte 2)

Como muitos já devem ter percebido, infelizmente não consegui inaugurar meu blog em 16/10, conforme o planejado. No entanto, isso é o que menos importa. O que importa de fato é manter-se fiel às suas metas, aos seus objetivos. O resto é irrelevante. Neste exato momento, terminei de almoçar e já comecei a escrever, sem bem saber o quê ou para quê isso irá me servir futuramente. Talvez seja uma espécie de terapia auto-analítica imposta por mim para mim, ou simplesmente a vontade de se expressar na ausência de uma proposta melhor ou pelo menos, mais interessante. Estava com uma idéia para uma música ontem, mas acabei esquecendo de anotar, por pura preguiça. Coisas que acontecem comigo. Pensei em outra coisa; uma espécie de diálogo, que pretendo enviar para a revista Reader’s Digest (Seleções, aqui no Brasil), onde um cara (no caso, eu) entra em um ônibus e uma pessoa o reconhece:

- Oi, eu me lembro de você. Você faz faculdade de Letras comigo, né?
- Sim.
- Quer que eu segure sua mochila?
- Opa, claro. Obrigado.
- E o que aconceteu, que eu nunca mais te vi por lá?
- Ah, é que eu me formei no último dia 18, 8 dias depois do meu aniversário.
- É? E quando que é seu aniversário?
(Depois de um breve momento de silêncio, ele diz)
- Acho que agora entendi porque você escolheu Letras ao invés de Matemática.
- O quê?
- Nada não. Ah, vagou um assento ali. Obrigado.

Bizarrices de nosso (Status) QUOtidiano. Coisas que precisam ser registradas.
Agora cá estou eu, há poucos minutos de fazer uma ligação que poderá salvar meu dia: em busca de mais espaço no computador!

Frase do dia: “Menina, cuida dessas espinhas na cara! Parece até que você fez a barba com uma foice enferrujada!”
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O POR QUÊ DE ESCREVER (TEXTO INAUGURAL)

Pois bem, na falta do que fazer e com um tédio total, cá estou eu, deitado em minha cama, escrevendo algumas linhas, coisa que há meses não faço... Não sei explicar o porquê, apenas aconteceu de eu simplesmente ter me desligado de mim mesmo, ou do mundo. Hoje é dia... que dia é hoje mesmo? Olhei no calendário em cima do DVD e é dia 16 de outubro. Em minha companhia, estão o 6o disco de estudo do UFO (Lights Out) e uma bala Halls preto que já deve ter completado uns 2 meses dentro da mochila (caçando uma caneta preta na bolsa da frente [só tenho azuis, acabei achando a bala, a última do pacote, já toda amassada e grudenta, curiosamente ainda inteira {carrego tanta porcaria dentro da mochila...}, a porra do braço direito já começando a doer... Talvez por isso eu tenha parado de escrever {vou mandar um Dorflex pra dentro, daqui a pouco.... R$ 3,70 uma cartela com 10 comprimidos na Farmais, perto do trabalho}]); ta rolando nesse momento a faixa 3 do Lights Out, que não lembro o título (depois eu vejo). Passei pelo 5o disco da banda; só passei umas faixas e depois vou voltar nele – o 6o ficou marcado na minha cabeça, não sei porque. Quando comecei a escrever, lá na primeira linha, tava rolando a faixa 1 (Too Hot To Handle) e agora ta no refrão da faixa-título (na verdade, eu tava afim de ouvir o novo do Scorpions pela... Deixa eu contar agora: ouvi 2x no Carnaval, e depois... No mês passado... Talvez pela sétima ou oitava vez. Disco muito bom, recomendo a todos (nas Americanas deve estar custando uns 15 contos, se não me engano). Parei de escrever agora porque me perdi na pontuação – abri tantos parênteses que tive de voltar. Virando a página agora...
Humm... (pensando) Ao meu lado, a edição da revista Roadie Crew – edição 129, com a contra-capa virada para cima – com a capa do disco novo do Immortal, banda essa que nunca ouvi. Mas a capa é maneira. (Coçando a testa e olhando para a capa do disco) Como eu escrevi antes, estou entediado. Não precisei ir trabalhar hoje por causa do feriado de ontem, portanto, enforcamos. Não gosto do meu trabalho. É chato, maçante e trabalho num setor onde só sintonizam numa tal de Rádio Mix todo santo dia, e são sempre as mesmas músicas. É por isso que não ouço rádio; parece que gravam a programação numa porra dum CD com 16, 17 músicas e botam aquela merda pra rodar o dia inteiro. A única coisa boa que tem no meu trabalho é que eu sento no meu canto, não converso com ninguém, e fico ouvindo música no meu mp4 direto. Tirando isso, é um saco. Meus dedos estão doendo de novo. Não só os dedos; o braço direito todo. A hora em que eu comecei a escrever? Não sei, tava passando Vídeo Show e creio que já tava chegando no final, porque no último bloco é o Vídeo Game da Angélica, então calculem aí. Porra, ficar sem computador é uma merda; já estou há 2 semanas com ele parado. Por isso que não estou ouvindo Scorpions: as músicas estão no PC – o idiota aqui ainda não gravou em um DVD. É por isso que meu braço dói: o vício de baixar música. Eu não só baixo as músicas; eu as organizo e as renomeio. Repetição de movimentos. E isso sem contar o mouse de merda que eu tenho aqui em casa. Que se foda, comprei um novo ontem, maior do que o atual. Comprei uma memória bem maior também. Agora ele vai ficar turbinado. (Pensando) Bem, qual de fato foi a minha “real motivação” para escrever este texto? Estou entediado e não tenho nada para fazer, e muito menos com quem conversar. O tempo está fechado e até a programação da TV a cabo está um cu cagando, nada se salva. Ficar sem HBO e Telecine (virando a página), para quem é viciado em filmes, é foda. Daqui há pouco vou assistir Watchmen pela 2a vez (meu vizinho me emprestou; pena que agravação não ficou sincronizada – a voz surge antes do ator falar). Ah sim, tomei a decisão de criar o meu blog e talvez, se tudo der certo, o inauguro ainda hoje, dia 16 de outubro de 2009, e usarei esse “pequeno-longo” desabafo como texto-inaugural.
Bem, pelo que muitos devem ter constatado, eu caguei para o título, o “Por quê de escrever” (pensando) (eu escrevi “do” ao invés “de” – já corrigi). Bem, escrever é bom porque você pode dizer com palavras escritas o que você está pensando, e isso é mais comunicação do que diálogo. No diálogo há uma troca de idéias; já na comunicação, você não liga para a reação do receptor, então é como se fosse um anúncio ou propaganda, e o que eu pretendo fazer com esse blog (pensando no endereço), o “oultrabadernista” é muito mais uma comunicação do que um diálogo: vou vender meu peixe. Vou “propaga-lo”, se preferir. Tive algumas idéias sobre o que eu vou colocar à disposição para quem quiser ler (uma das coisas que já posso ir adiantando é a gravação de um podcast); algumas constatações, reflexões, letras de músicas, poesias, frases de efeito e frases do dia, indicações de leituras, de livros e até mesmo de outros blogs; enfim, vou ver o que estarei com saco para fazer e vou jogando no blog. Talvez eu mude o nome para “obadernista”, no final das contas... Aguardem!
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